domingo, 20 de setembro de 2009

Contos da Sul



Esperança, eu sempre tive esperança
Sempre acreditei num mundo melhor
Mesmo quando engravidei ainda sendo de menor
O pai do meu filho?
Ele me abandonou
Mas, ainda assim eu acreditava nas pessoas
Acreditava que talvez um dia pudesse ser feliz
Eu estudava, procurava de todas as formas ser uma mulher honrada, sonhava com um futuro melhor para o meu filho e minha família.
Todo dia cedo eu ia do Jardim Ângela para o Centro à procura de um emprego, meus pais ganhavam pouco
Eu tinha que ajudar no sustento da casa
Um dia eu recebi um telegrama dizia que estava contratada.
Aquele dia fui durmir em paz, pois logo estaria empregada.

Primeiro dia de trabalho estava muito feliz
Pois minha vida estava começando a ser
Como eu sempre quis que fosse
Todos no escritório foram gentis e doces
Passou a manhã
Veio a tarde
O primeiro dia se foi
Fui pra casa naquelas condições
Condução lotada, porém feliz estava empregada
Segundo dia de trabalho, fiquei até mais tarde a pedido do meu patrão, pois haveria uma reunião, não podia recusar
Pois havia o risco dele me dispensar
Deu 21 e 30 sai , desci sentido Praça da Bandeira apertei o passo, fui ligieira
No caminho a Santo Amaro toda parada durmia e acordava e nada, não via a hora de chegar.
Desci do ônibus olhei o relógio 23 e 30 via a rua escura e molhada
Só eu e Deus
E mais nada
Fui pelo caminho normal
Beirando o matagal
Tive um presságio mal
Parecia estar chegando o meu final.
Mas, que nada nem terminei o colegial, besteira
Pensamento normal

Antes fosse!

Meu pensamento foi interrompido por três indivíduos que não foram nada doces
Uma pancada na cabeça me deixou atordoada
Tive minha roupa rasgada,
Fui estuprada,
Torturada.
Meus sonhos foram sumindo até se transformar em nada.
Dois dias depois fui encontrada morta com a cara desfigurada...

Apocalipse 16

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